segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Os 2 lados da coisa ...

... é muito ingrato.
 
Comecei a ter este blog há uns anos, como forma de ir colocando "em papel", aquilo que na altura sentia; pensava; vivenciava; sonhava e desejava ... basicamente o meu blog serve como um local onde consigo armazenar todos os momentos que, para mim, têm alguma importância e que marcam um determinado tempo, um determinado período da minha vida.
 
Nunca tive a intenção de fazer dele um blog público (objetivo conseguido), mas sim um local meu, onde escrevo e despejo tudo aquilo que me apetece e que sinto vontade. Sem filtros; sem pensar em 2ªs interpretações; apenas um lugar onde as coisas fluem sem me preocupar com a ideia dos outros ...
 
Sempre gostei de escrever (ainda guardo os meus diários, desde os meus 13 anos de idade ... sim tenho-os a todos). Sempre me fez bem escrever. A falar não sou assim tão boa. As ideias baralham-se e, confesso, rapidamente me tiram o norte ... e perco-me nos pensamentos e nas ideias e muita coisa fica por dizer. Porque perdem o sentido; porque perco o timing e porque literalmente me trocam as voltas ... 
 
É por esta necessidade tremenda que tenho de verbalizar tudo aquilo que sinto (senão rebento, acreditem), pela necessidade de desabafar; pela necessidade de me organizar e organizar ideias; e simplesmente pela necessidade de ter um pequeno depósito de memórias, que tenho este meu blog. É importante para mim.
 
 
Porém, de vez em quando sou assaltada por autênticos "tiros nos pés", quando aquilo que escrevo, acaba por, tempos mais tarde, não corresponder à minha acção, ao meu comportamento, ao meu agir ... Não é que eu deixe de pensar ou de sentir daquela maneira. De todo que não. Sou o mais honesta possível a escrever. Quem quiser conhecer-me a fundo, basta ler tudo aquilo que escrevo. É o meu espelho. Do bom e do mau. Sou verdadeiramente assim. A minha essência é esta!
 
O problema é que sou, de alguma forma, sonhadora e tenho a proeza de achar que tenho capacidades para além das possíveis. E esforço-me por tê-las e consegui-las...e quando escrevo, acredito plenamente em cada uma das palavras, em cada uma das frases e em cada um dos textos.
 
O problema é que vivo num Mundo real. Que ninguém disse que era fácil e que me mostra, continuamente, que as coisas não são assim tão simples e fáceis e boas. Um Mundo que não se cansa de me mostrar que não basta querer. Que nem tudo aquilo que desejamos é possível. Que nem tudo aquilo em que queremos acreditar é verdadeiro. que nem tudo aquilo que nos dizem é verdade. Que há sempre 2 lados da coisa ... aquele em que queremos acreditar, e aquele que realmente é o que é!
 
E muitas vezes este Mundo real, tão real, que só me apetece chamá-lo de Mundo Cão, atira-me para o chão, consegue roubar-me todas as forças que tenho, toda a esperança e sonho que me caracteriza e me obriga a olhar para o que escrevi e perceber o quão enganada estava ... basicamente mostra-me que não fui capaz e que falhei redondamente!
 
E, no meio destas tormentas todas, só me apetece andar para trás no tempo e no blog, e apagar cada texto, cada memória que aqui depositei e que, na altura, me soavam tão bem e me davam uma esperança enorme ...
 
Por enquanto vou optar por mantê-las aqui. Tenho a esperança que, daqui a uns anos, eu consiga olhar para todos estes momentos e sentir que, de alguma forma, me ensinaram alguma coisa. Com ou sem sentido, contribuíram para me tornar em alguém que ainda não sei quem vai ser.
 
Neste momento, apenas espelham a pessoa que realmente sou. Quer eu goste ou não ...
 
 

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