quarta-feira, 31 de julho de 2013

“É isto. É esta urgência. Esta precisão. Como se a vida acabasse amanhã. Como se tivesse de ser agora. Agora ou nunca.

Diz-se amor quando é agora ou nunca.

Nunca quis como te quero. Nunca desejei como te desejo. Nunca soube o que era desejar alguém. ´
Até ti nunca soube o que era desejar. Até ti nunca soube de mim.

Diz-se amor quando até ele nunca soubeste de ti.”
 
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"In Sexus Veritas", de Pedro Chagas Freitas (https://www.facebook.com/pedrochagasfreitas?hc_location=stream#!/pedrochagasfreitas?hc_location=stream)

 
 

 

 

terça-feira, 23 de julho de 2013

O amor é uma coisa, a vida é outra!

Gostava de escrever assim!

Mas sentir e amar desta maneira , já não é nada mau ...

Elogio ao amor- Miguel Esteves Cardoso

19 de Janeiro de 2010 às 14:53
“Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

quinta-feira, 18 de julho de 2013

sábado, 13 de julho de 2013

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Inspiração ...

Um destes dias em conversa, falávamos sobre feitios, personalidades e a capacidade, existente ou não, de conjuntamente, no dia a dia, a vivência e a convivência entre ambos ser ou não possível. Talvez numa vida a dois!
São sempre questões complicadas de fazer; de falar e até de sentir. Há sempre um receio sobre aquilo que iremos dizer; aquilo que nos vão dizer e aquilo que é percebido por cada um de nós.
Todos nós temos uma história que nos marca de forma mais ou menos positiva; mais ou menos negativa e que acaba por influenciar as nossas escolhas; os nossos passos e muitas vezes até o nosso querer!
Por um lado, está a nossa emoção aos pulinhos a desejar e a dizer claro que sim. Emocionalmente falando (e sentindo), quando se gosta consegue-se tudo. É tudo fácil e simples. Emocionalmente, será tudo sempre maravilhoso ou quase maravilhoso. O desejo que as coisas dêem certo é imenso e a vontade que se tem de ter uma vida de partilhas, uma vida que vá para além daqueles momentos pontuais, de chegadas e partidas, acaba sempre por fazer com que tudo seja ou pareça facilmente fácil. O desejo de fazermos, incondicionalmente parte da vida de alguém, tal como essa pessoa faz parte da nossa …
Por outro lado, temos a nossa parte racional. Aquela que nos lembra, diariamente, que as pessoas são complicadas, por natureza. Que as pessoas são diferentes; que as pessoas não mudam e nem tudo num casal é perfeito e maravilhoso. Que as pessoas têm coisas boas mas também têm coisas más. Que as pessoas são também egoístas e que nem sempre têm a tolerância necessária ou desejável. Que há sempre uma parte que irá dar mais ou fazer mais para tudo dar certo. Os feitios misturam-se e chocam. Algumas vezes os choques não fazem moça nenhuma, outras vezes podem fazer moças. Das pequenas às grandes e às enormes.
Mas a nossa razão também nos mostra que há relações que duram verdadeiramente. Que duram porque têm de durar. Porque as pessoas se esforçam e a vontade de querer ficar com, é mais forte do poder ficar sem. Porque há pessoas que se completam, por muito diferentes que sejam!
E afinal como é que as coisas funcionam? Como é que será no dia a dia. Na realidade COMO É?
Acho que não é sempre fácil nem sempre maravilhoso. Gostaria, que assim fosse mas não há relações perfeitas. Há relações que dão certo e que resultam e outras que não. Possivelmente há mais relações que não resultam do que aquelas que resultam.
Sobretudo acho que a veracidade e intensidade do sentimentos que une as pessoas; a vontade de querer criar algo a dois; a capacidade de aceitar mutuamente as características de cada um; a capacidade de saber ouvir e saber dizer; de saber aceitar o bom e o mau do outro; o respeito e a cumplicidade que se cria em tudo aquilo que se faz e se vive são os principais pozinhos mágicos que levam duas pessoas a estarem e a ficarem juntos e a serem verdadeiramente felizes.
Em tempos já consegui ser assim. Após estes anos apercebi-me que muita dessa felicidade era eu que a criava. E quando a vontade não é a mesma para os dois, mais tarde ou mais cedo deixa de funcionar. E aí é altura de ter coragem e de decidir. Decidir por nós. Não pelos outros. Com mais ou menos tempo lá decidi e percebi que não era por ali. A insatisfação foi crescendo até que a vontade de tentar ser feliz foi bem superior ao medo de ficar sozinha; ao medo de ver um projeto de vida falhado; ao medo de “roubar” o chão a uma criança; ao medo de não voltar a amar ou mesmo ao medo de não voltar mais a ser amada.
Hoje, não me arrependo do rumo que a minha vida tomou. Percebi que muitas vezes o medo nos rouba dias, meses e até anos de vida. Que cada dia a mais pode ser um dia a menos! E o tempo não volta atrás, e ficamos com a sensação amarga que andámos a perder tempo ...
Hoje voltei a amar e a sentir-me amada. Amo como nunca amei. Desejo como nunca desejei.
Se um dia poderei concretizar a vontade de criar; de partilhar; de respirar a dois novamente? Honestamente não sei. Uns dias penso que sim, outros dias tenho a certeza que não! Decisões que não dependem só de nós são difíceis de prever.
Ou talvez não …

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Férias ....

A minha Bá foi a banhos, que é o mesmo que dizer que foi de férias. Ou seja, uns quantos dias sem estar com ela; sem a olhar; sem a sentir; sem me zangar ... mas também sem me rir das brincadeiras dela!
 
Noto que me custa menos esta separação temporária. Já é o 3º Verão em que fico uma temporada sem ela.
 
É um misto de sensações. Confesso que sim ...
 
Lembro-me na 1ª vez a sensação amarga de ficar sem chão. Lembro-me da sensação amarga de ficar incompleta. Como se ma tivessem roubado! Mas é uma sensação que se vai desvanecendo, ao longo dos dias...
 
Hoje já vivo este momento de forma bem mais tranquila. Já não me sinto tão incompleta nem vazia. Esta sensação amarga acaba por ser substituída por uma certa tranquilidade. Por um lado, sei que ela está bem. Está de férias,no seu espaço, na sua praia e na sua piscina. Sei que sente a minha falta. Especialmente de noite ...
 
Por outro lado, confesso que, gozar do meu espaço só para mim, também me agrada. Consigo "descansar" desta tarefa árdua que é ser Mãe. Ainda mais numa fase de pré-adolescência que promete ser "emotiva"; intensa ... e cansativa!!!!!
 
Por vezes o silêncio excessivo daquele espaço, que é tão nosso, angustía... de vez em quando torna-se tudo demasiadamente certo; demasiadamente arrumado e demasiadamente quieto!
 
Nestas alturas a paz foge-me e sinto uma necessidade de ir até ao quarto dela e ficar ali, quietinha...
 
Como se só por ali estar me enchesse um pouco a alma...
 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Final de um ciclo ...





... de 8 anos.
 
Neste Colégio com estes Amigos, durante 8 anos.
 
Os seus primeiros amigos; a sua primeira escola; os seus primeiros professores. 
 
Foi "ontem" que, com o coração bem apertado e um nó que ia do estômago à garganta, a fui deixar no Colégio, para o seu 1º dia de aulas.
 
Tinha 2 anos acabados de fazer. Esta angustia de separação consumiu-me durante esse dia todo e foi diminuindo, de forma gradual, ao longo dos anos.
 
Este fim de semana foi a "despedida". Deste Colégio, desta etapa, de alguns dos Professores.
 
Foram 8 anos que a marcaram seguramente. A ela e a mim!
 
Aprendeu muito do que sabe hoje. Aprendi muito do que sei hoje como Mãe.
 
Fez boas amizades. Fiz boas e eternas Amizades.
 
Estes 8 anos foram intensos. Criaram-se laços tremendos entre as crianças e entre algumas mães e pais. 
 
A maioria vai seguir para um Colégio comum. Poucos seguem individualmente um novo caminho. A minha Bá é uma delas. Decisão difícil de tomar. Tomei-a conscientemente e ciente que estaria a fazer a melhor opção. Tenho certeza que sim.
 
Destes 8 anos espere que traga e guarde com ela algumas Amizades; alguns dos princípios apreendidos; ideias e ideais de vida; conhecimentos bem cimentados; memórias de momentos inesquecíveis e um sentimento de alegria e recordação tão forte e tão profundo, que lhe permita reviver cada memória  com uma intensidade enorme.
 
Há pessoas a que agradecerei e estarei grata até aos meus últimos dias. Por tudo o que fizeram e proporcionaram ao desenvolvimento da Bá e ao meu próprio. Ao carinho e dedicação com que partilharam cada descoberta; que curaram cada ferida; que presenteavam cada vitória e que enxugaram cada lágrima. Dela e minha ...
 
Há pessoas que a mim me ensinaram também muito. Há pessoas que irão fazer parte da minha vida eternamente. Com a mesma intensidade e cumplicidade com que a vivemos hoje.
 
Porque como alguém especial me disse, há muita coisa que existe "para lá" da Escola.
 
Mas é a esta Escola, por tudo aquilo que nos proporcionou, que Agradeço do Coração!
 
Um Muito Obrigada e um Até Sempre ...