quinta-feira, 11 de julho de 2013

Inspiração ...

Um destes dias em conversa, falávamos sobre feitios, personalidades e a capacidade, existente ou não, de conjuntamente, no dia a dia, a vivência e a convivência entre ambos ser ou não possível. Talvez numa vida a dois!
São sempre questões complicadas de fazer; de falar e até de sentir. Há sempre um receio sobre aquilo que iremos dizer; aquilo que nos vão dizer e aquilo que é percebido por cada um de nós.
Todos nós temos uma história que nos marca de forma mais ou menos positiva; mais ou menos negativa e que acaba por influenciar as nossas escolhas; os nossos passos e muitas vezes até o nosso querer!
Por um lado, está a nossa emoção aos pulinhos a desejar e a dizer claro que sim. Emocionalmente falando (e sentindo), quando se gosta consegue-se tudo. É tudo fácil e simples. Emocionalmente, será tudo sempre maravilhoso ou quase maravilhoso. O desejo que as coisas dêem certo é imenso e a vontade que se tem de ter uma vida de partilhas, uma vida que vá para além daqueles momentos pontuais, de chegadas e partidas, acaba sempre por fazer com que tudo seja ou pareça facilmente fácil. O desejo de fazermos, incondicionalmente parte da vida de alguém, tal como essa pessoa faz parte da nossa …
Por outro lado, temos a nossa parte racional. Aquela que nos lembra, diariamente, que as pessoas são complicadas, por natureza. Que as pessoas são diferentes; que as pessoas não mudam e nem tudo num casal é perfeito e maravilhoso. Que as pessoas têm coisas boas mas também têm coisas más. Que as pessoas são também egoístas e que nem sempre têm a tolerância necessária ou desejável. Que há sempre uma parte que irá dar mais ou fazer mais para tudo dar certo. Os feitios misturam-se e chocam. Algumas vezes os choques não fazem moça nenhuma, outras vezes podem fazer moças. Das pequenas às grandes e às enormes.
Mas a nossa razão também nos mostra que há relações que duram verdadeiramente. Que duram porque têm de durar. Porque as pessoas se esforçam e a vontade de querer ficar com, é mais forte do poder ficar sem. Porque há pessoas que se completam, por muito diferentes que sejam!
E afinal como é que as coisas funcionam? Como é que será no dia a dia. Na realidade COMO É?
Acho que não é sempre fácil nem sempre maravilhoso. Gostaria, que assim fosse mas não há relações perfeitas. Há relações que dão certo e que resultam e outras que não. Possivelmente há mais relações que não resultam do que aquelas que resultam.
Sobretudo acho que a veracidade e intensidade do sentimentos que une as pessoas; a vontade de querer criar algo a dois; a capacidade de aceitar mutuamente as características de cada um; a capacidade de saber ouvir e saber dizer; de saber aceitar o bom e o mau do outro; o respeito e a cumplicidade que se cria em tudo aquilo que se faz e se vive são os principais pozinhos mágicos que levam duas pessoas a estarem e a ficarem juntos e a serem verdadeiramente felizes.
Em tempos já consegui ser assim. Após estes anos apercebi-me que muita dessa felicidade era eu que a criava. E quando a vontade não é a mesma para os dois, mais tarde ou mais cedo deixa de funcionar. E aí é altura de ter coragem e de decidir. Decidir por nós. Não pelos outros. Com mais ou menos tempo lá decidi e percebi que não era por ali. A insatisfação foi crescendo até que a vontade de tentar ser feliz foi bem superior ao medo de ficar sozinha; ao medo de ver um projeto de vida falhado; ao medo de “roubar” o chão a uma criança; ao medo de não voltar a amar ou mesmo ao medo de não voltar mais a ser amada.
Hoje, não me arrependo do rumo que a minha vida tomou. Percebi que muitas vezes o medo nos rouba dias, meses e até anos de vida. Que cada dia a mais pode ser um dia a menos! E o tempo não volta atrás, e ficamos com a sensação amarga que andámos a perder tempo ...
Hoje voltei a amar e a sentir-me amada. Amo como nunca amei. Desejo como nunca desejei.
Se um dia poderei concretizar a vontade de criar; de partilhar; de respirar a dois novamente? Honestamente não sei. Uns dias penso que sim, outros dias tenho a certeza que não! Decisões que não dependem só de nós são difíceis de prever.
Ou talvez não …

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