









Porém, o temporal que, durante a minha estadia assolou aquela cidade, foi semeando desgraça por onde passava. As chuvas torrenciais, faziam crer que o Cristo (em manutenção lá do seu alto, com andaimes e afins) estava zangado com alguma coisa. Os morros íam desmoronando aos poucos, levando à sua frente tudo o que apanhava. Não houve piedade nem para casas, nem para animais nem para as pessoas. Tivessem elas 80 ou apenas alguns meses de vida. E foi assim durante dias seguidos. Muitos dias seguidos. Demasiados dias.
A nossa frustração de turistas, que esperariam uma estada com tudo o que de Bom o Rio de Janeiro tem, foi-se dissipando ao longo dos dias e perante a desgraça dos outros. Perdiam-se casas, bens materiais e muitas vidas humanas. No fundo, ainda nos fez sentir, por um lado, culpabilizados (afinal estávamos apenas de férias) e, por outro lado, fortemente sortudos, por "sobrevivermos" àquela desgraça. Não nos fez foi esquecer das dificuldades e carências que milhares d epessoas ainda têm hoje em dia. E fez-nos questionar como é possível, numa cidade daquelas poder existir tanta pobreza!!!!
Mas apesar das assimetrias que irão sempre existir, das desgraças que a Mãe Natureza acaba por semear, aquela é a Minha cidade. Aquele é o meu sonho de vida. Pela paisagem, pelo mar, pelo cheiro e pela vida que sentimos pulsar em cada segundo que por lá andmos.