segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Alguém me esclarece....

o que fazer para meter na cabeça da minha filha a idiotice de fazer parte de um grupo.

Gostava de perceber, em 1º lugar, o que leva miúdas tão pequenas (sim, estamos a falar de crianças com 6-7 anos) a idolatrar alguém, e a fazer uma montanha de disparates para fazer parte de um grupinho idiota de miúdas. Em que a maior parte delas adora azucrinar a cabeça de outra minoria; que gostam de mostrar que só serão aceites se fizerem isto ou aquilo (o que para mim é impensável mesmo); e no fundo são umas tontinhas à volta de uma líder em que, essa sim, poderá ter algum prazer nisso. Mas é a única porque tudo o resto são paus-mandados!!!!!! Em 2º lugar, gostava de saber o que mais posso fazer (para além de injectar na minha filha sessões de auto-confiança e amor-próprio) para que ela percebe que não existe mais valia nenhuma em fazer parte de grupos. Muito menos desse grupo. De nenhum grupo com esses fins!!!!!

Acho que passa tudo por uma questão de confiança e de auto-estima. E aí pergunto-me onde falhei para ela ter uma auto-estima assim tão baixa. Eu até acho que me esforço e que me esforcei sempre. Valorizo todos os pequenos passos que ela, desde nascença, foi dando. Exceptuando, claro está, os disparates! Sempre me considerei uma mãe atenta; presente; participativa e entusiasta. Mas o que é facto é que a minha filha, por uma razão que até agora desconheço, faz questão em ser aceite neste grupo, independentemente das acções que lhe pedirem (sim porque pedem-lhe coisas).

Ainda no outro dia me pediu o fato de ginástica do sarau (que me custou um dinheiro considerável) para emprestar a uma amiga porque iam fazer uma dança na qual ela, minha filha, tinha sido impedida de entrar. Como devem calcular passei-me. Emprestas o tanas. E como este exemplo existem outros.

E eu, diariamente a lutar contra isto. Ainda por cima a minha filha, e não digo isto por ser minha, é uma miúda com qualidades bastante grandes em termos de amizades, e não só. É daquelas miúdas que é verdadeiramente amiga dos seus amigos. Partilha; brinca; cede (por vezes até em demasia); anima quem está triste; preocupa-se; etc, etc, etc...... É uma miúda a quem facilmente nos ligamos. De coração. Quem a conhece sabe que é assim. E agora deu nisto. Quer dizer, agora não porque esta brincadeira já tem, pelo menos 1 ano.

Enfim, entristece-me e assusta-me imenso ver crianças que necessitam ser aceites, por alguém que, por alguma razão, passaram a idolatrar, acabando por ir perdendo o amor próprio e aceitando qualquer migalhita dessa amizade. E assusta-me existirem crianças que já se iniciam nestas malfadezas de ruindade, que acham que podem fazer o que quiserem por se acharem mais do que os outros.
Pois isso para mim não serve. Muito menos para a minha filha. Por isso hei-de continuar a fazer os possíveis e impossíveis para ela perceber que estas coisas não servem para nada. Que devemos ser amigos dos nossos amigos, sem estar dependentes de favores, de cunhas, de preferências, do que é mais ou menos giro, mais ou menos bom. Temos que perceber que somos assim, com um carácter e personalidade própria e que somos suficientemente merecedores da amizade dos outros. Por aquilo que somos. Não por aquilo que nos pedem para ser.

E mais aventuras nos esperam.....

2 comentários:

  1. Deve ser difícil para os miúdos com personalidades mais submissas resistirem às pressões do grupo. No fundo, pertencer a um grupo faz também parte da identidade que se está a formar. Mas não me parece que essas "rejeições" alterem a natureza generosa da Bá. Se calhar obrigam-na a fazer outras escolhas, outras relações. Com o tempo, ela aprenderá a afastar-se do que a deixa fragilizada. É a sobrevivência. Confia nela. Beijinhos, tudo correrá bem.
    Isabel

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  2. Claro que a uma mãe custa que isso se passe, ainda por cima a uma menina tão bem formada como a Bá. as a aceitação nos grupos é uma coisa que faz parte da vida e do crescimento.
    Há que ir fazendo ver de quem é que vale a pena sermos amigos e o resto tem que ser ela a fazer por si.Na vida nem tudo é justo mas o que importa é a boa formação que demos aos nossos filhos. Um dia colherá bons frutos , de certeza. Um bj amigo
    Conceição

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