quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia de Reis

Há já algum tempo que ando a pensar nisto.

Cada vez mais, para mim, faz sentido realizar a troca de prendas no dia de hoje, ou seja, Dia de Reis. Por várias razões.

Hoje em dia e cada vez mais o Natal tem sido uma época em que o consumismo e a excitação de compra prenda, dá prenda e abre prenda, conseguem assumir uma proporção e importância bem maior, relativamente à essência do dia de Natal. Ou seja, a reunião familiar; a reunião com amigos e com aqueles que para nós representam alguma coisa. Uma data festiva que implicaria, sobretudo, um convívio sereno, sem timing e sobretudo rico e verdadeiro. As prendas e esta dimensão que as mesmas acabam por ter, deitam por água abaixo toda esta essência que representa o Natal. Porque os dias são passados, até à última, a comprar prendas e o Jantar de Consoada um contra-relógio contínuo para a abertura das ditas prendinhas.

Por outro lado, sendo o Dia de Reis aquele que representa a dádiva de prendas ao Menino Jesus pelos 3 Reis Magos, possivelmente, faria muito mais sentido, tal e qual como se faz em Espanha, abrir as prendas apenas neste dia.

Não nos podemos esquecer que a oferta das prendas pelos Reis Magos (cada uma com um significado e representação própria) representa a dádiva de bens das pessoas mais abastadas àquelas que menos têm. Ou seja, a partilha de bens entre os que mais possuem e aqueles que pouco ou nada têm.

Hoje em dia e pelo andar da carruagem, vamos começar todos a receber prendas de desconhecidos. As nossas bolsas vão realmente ficando mais vazias à conta do exagero de comprar, comprar e comprar. Muitas vezes prendas que acabamos por ser obrigados ou levados a comprar. Não que eu não goste de oferecer prendas. Gosto e até muito. Mas sinceramente não desta maneira, com esta obrigatoriedade e com o custo desmedido que acabam por implicar. Como são muitas gasta-se muito dinheiro e acabamos por não comprar nada de especial para também não gastar demasiado. Ou seja é quase como uma Missão Impossível. Acabamos todos a levar com miminhos e a dar miminhos a toda a gente. Tá feito!

Por isso acho que realmente o nosso Natal de hoje vai perdendo o seu brilho, a sua génese e sobretudo a sua real importância.

Por mim, celebrava-se a noite de 24 e dia de 25 de Dezembro com a família e as prendas eram trocadas apenas no dia 6 de Janeiro. Prendas possivelmente mais restritas, cingindo-se a um pequeno grupo de pessoas. As restantes (entenda-se restantes pessoas) têm o resto do ano para serem oferendadas com presentes vários, sem stress e sobretudo sem obrigação. Ou seja, com muito mais empenho e muito maior significado.
Enfim.....vamos lá ver se há coragem para mudar um pouco esta coisa de prendas, Natal e afins!!!!!!
Tenho dito!

2 comentários:

  1. Peço desculpa, mas porque não faz o seu Natal da forma que o descreveu? Depende apenas de si e da sua família pelo que está nas suas mãos ir ao encontro do festejo de Natal que considera mais adequado. Da mesma forma não me pareçe que seja "ilegal" não oferecer prendas de Natal. Todos se queixam do consumismo como se fossemos obrigados a comprar prendas para tudo e todos. Não somos. E se o fazemos é porque queremos.
    Apenas uma opinião diferente.

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  2. Pois acho que depende muito de mim ... talvez experimente!!!!

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